segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Urbanização brasileira

O processo de urbanização no Brasil teve início no século XX, a partir do processo de industrialização, que funcionou como um dos principais fatores para o deslocamento da população da área rural em direção a área urbana. Esse deslocamento, também chamado de êxodo rural, provocou a mudança de um modelo agrário-exportador para um modelo urbano-industrial. Atualmente, mais de 80% da população brasileira vive em áreas urbanas, o que equivale aos níveis de urbanização dos países desenvolvidos.
Até 1950 o Brasil era um país de população, predominantemente, rural. As principais atividades econômicas estavam associadas à exportação de produtos agrícolas, dentre eles o café. A partir do início do processo industrial, em 1930, começou a se criar no país condições específicas para o aumento do êxodo rural. Além da industrialização, também esteve associado a esse deslocamento campo-cidade, dois outros fatores, como a concentração fundiária e a mecanização do campo.

Em 1940, apenas 31% da população brasileira vivia em cidades. Foi a partir de 1950 que o processo de urbanização se intensificou, pois com a industrialização promovida por Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek houve a formação de um mercado interno integrado que atraiu milhares de pessoas para o Sudeste do país, região que possuía a infraestrutura e, consequentemente, a que concentrava o maior número de indústrias.
Gráfico com taxa de urbanização (Foto: IBGE)

A partir de 1970, mais da metade dos brasileiros já se encontrava em áreas urbanas, cuja  de emprego e de serviçosa, como saúde, educação e transporte, eram maiores. Em 60 anos, a população rural aumentou cerca de 12%, enquanto que a populaçãourbana passou de 13 milhões de habitantes para 138 milhões, um aumento de mais de 1.000%.
DESIGUALDADES
As desigualdades econômicas e a dificuldade de determinadas regiões em se inserirem na economia nacional, possibilitou a ocorrência de uma urbanização diferenciada em cada uma das regiões brasileiras.

A região Sudeste, por concentrar a maior parte das indústrias do país, foi a que recebeu grandes fluxos migratórios vindos da área rural, principalmente da região nordeste. Ao analisarmos a tabela abaixo, observamos que o Sudeste é a região que apresenta as maiores taxas de urbanização dos últimos 70 anos. A partir de 1960, com 57%, foi a primeira região a registrar uma superioridade de habitantes vivendo na área urbana em relação à população rural. 
Na região Centro-Oeste, o processo de urbanização teve como principal fator a construção de Brasília, em 1960, que atraiu milhares de trabalhadores, a maior parte deles vindos das regiões Norte e Nordeste. Desde o final da década de 1960 e início da década de 1970, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região mais urbanizada do país.
Taxa de Urbanização das Regiões Brasileiras (IBGE)
Região
1940
1950
1960
1970
1980
1991
2000
2007
2010
Brasil
31,24
36,16
44,67
55,92
67,59
75,59
81,23
83,48
84,36
Norte
27,75
31,49
37,38
45,13
51,65
59,05
69,83
76,43
73,53
Nordeste
23,42
26,4
33,89
41,81
50,46
60,65
69,04
71,76
73,13
Sudeste
39,42
47,55
57
72,68
82,81
88,02
90,52
92,03
92,95
Sul
27,73
29,5
37,1
44,27
62,41
74,12
80,94
82,9
84,93
Centro Oeste
21,52
24,38
34,22
48,04
67,79
81,28
86,73
86,81
88,8
A urbanização na região Sul foi lenta até a década de 1970, em razão de suas características econômicas de predomínio da propriedade familiar e da policultura, pois um número reduzido de trabalhadores rurais acabava migrando para as áreas urbanas.

A região Nordeste é a que apresenta hoje a menor taxa de urbanização no Brasil. Essa fraca urbanização está apoiada no fato de que dessa região partiram várias correntes migratórias para o restante do país e, além disso, o pequeno desenvolvimento econômico das cidades nordestinas não era capaz de atrair a sua própria população rural.

Até a década de 60 a Região Norte era a segunda mais urbanizada do país, porém a concentração da economia do país no Sudeste e o fluxo de migrantes dessa para outras regiões, fez com que o crescimento relativo da população urbana regional diminuísse.
Mapa com grau de urbanização. (Foto: IBGE)

 PROBLEMAS URBANOS
O rápido e desordenado processo de urbanização ocorrido no Brasil irá trazer uma série de consequências, e em sua maior parte negativas. A falta de planejamento urbano e de uma política econômica menos concentradora irá contribuir para a ocorrência dos seguintes problemas:

Favelização – Ocupações irregulares nas principais capitais brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo, serão fruto do grande fluxo migratório em direção às áreas de maior oferta de emprego do país. A falta de uma política habitacional acabou contribuindo para o aumento acelerado das favelas no Brasil.

Violência Urbana – Mesmo com o crescimento industrial do país e com a grande oferta de emprego nas cidades do sudeste, não havia oportunidades de emprego o bastante para o grande fluxo populacional que havia se deslocado em um curto espaço de tempo. Por essa razão, o número de desempregados também era grande, o que passou a gerar um aumento dos roubos, furtos, e demais tipos de violência relacionadas às áreas urbanas.

Poluição – O grande número de indústrias, automóveis e de habitantes vai impactar o aumento das emissões de gases poluentes, assim como com a contaminação dos lençóis freáticos e rios dos principais centros urbanos.O processo de urbanização no Brasil teve início no século XX, a partir do processo de
industrialização, que funcionou como um dos principais fatores para o deslocamento da população da área rural em direção a área urbana. Esse deslocamento, também chamado de êxodo rural, provocou a mudança de um modelo agrário-exportador para um modelo urbano-industrial. Atualmente, mais de 80% da população brasileira vive em áreas urbanas, o que equivale aos níveis de urbanização dos países desenvolvidos.
Até 1950 o Brasil era um país de população, predominantemente, rural. As principais atividades econômicas estavam associadas à exportação de produtos agrícolas, dentre eles o café. A partir do início do processo industrial, em 1930, começou a se criar no país condições específicas para o aumento do êxodo rural. Além da industrialização, também esteve associado a esse deslocamento campo-cidade, dois outros fatores, como a concentração fundiária e a mecanização do campo.

 INDUSTRIALIZAÇÃO DA REGIÃO SUDESTE


A Região Sudeste é a principal do país, sua importância está em seu destaque industrial e econômico. A população total é de 80,3 milhões de habitantes e a densidade demográfica é de 87 habitantes por quilômetro quadrado, se consolidando como a mais populosa e mais povoada do país - de 100 brasileiros, 42 residem na Região Sudeste. Seu território, com extensão de 924.511,3 quilômetros quadrados, representa 11% do total do país.campo.Os fatores da industrialização no Sudeste

O desenvolvimento industrial na região ocorreu principalmente a partir do século XX, após o declínio do café. O café ocupou durante muito tempo lugar de destaque nas exportações e essas “seguravam” a economia brasileira. Na região sudeste os estados produtores de café eram principalmente São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

O declínio do café, no final da década de 1920, foi provocado pela crise de 29, por não oferecer grandes lucros uma grande parcela de fazendeiros vendeu suas propriedades. Com o recurso adquirido na venda das fazendas investiram, entre outras, na indústria, as primeiras se limitavam ao setor têxtil, alimentação, bens de consumo, sabão e velas.

O surgimento das indústrias na região sudeste está vinculado à produção cafeeira decorrente da:

• Grande quantidade de trabalhadores da produção do café foi atraída para trabalhar nas indústrias que iniciavam suas atividades.
• Rede de transportes, uma vez que as infra-estruturas eram usadas para escoar a produção de café das fazendas para os portos, com a introdução das indústrias esses mesmos trajetos serviam para transportar matéria prima e mercadorias.
• Do grande número de mão-de-obra imigrante presente no Brasil, esses já tinham experiências industriais, pois a maioria era de origem européia e nesse período a Europa já havia passado pelo processo de industrialização.

A indústria e os recursos naturais

Os minérios e as energias favoreceram a expansão das indústrias, tendo em vista que esse dois são importantes e fundamentais elementos dentro do processo de industrialização, nesse quesito a região era bem servida, proporcionando a instalação de fábricas nas suas mediações.

No final das décadas de 40 e 50 houve a criação das indústrias de base no Brasil, mais precisamente na região sudeste, como a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Vale do Rio Doce e a Petrobras. Todas as mudanças para implementar a indústria promoveram a expansão de diversos seguimentos industriais.
Em Minas Gerais as principais jazidas eram de extração de ferro, manganês, bauxita e ouro, o local ficou conhecido de quadrilátero ferrífero. Nesse mesmo momento ocorreu a construção de várias usinas hidrelétricas, fato importante, pois havia uma crescente demanda de energia para abastecer ou suprir as necessidades desse setor produtivo, além das residências e comércio.

Transportes e a integração da Região Sudeste
O desenvolvimento do transporte favoreceu o desenvolvimento industrial e econômico de toda a região e também do Brasil. Alienado ao crescimento das indústrias e à evolução dos transportes ocorreu, simultaneamente, o aumento populacional gerando um maior fluxo de mercadorias e de matéria prima.

A expansão comercial contribuiu para uma integração entre os estados que integram a região. Uma das principais e mais importantes etapas do processo industrial e econômico foi a implantação das empresas fabricantes de veículos automotores, na década de 50, que impulsionou a construção de rodovias, a criação delas contribuiu para uma maior integração entre os entes da região e também com outros estados e que mais ainda favoreceu o processo de povoamento. Em pouco tempo as rodovias superaram as ferrovias, tanto é que as ferrovias atuais continuam com a mesma extensão do período da produção de café, cerca de 12,4 mil km.

A distribuição da indústria no Sudeste

A distribuição das indústrias na Região Sudeste possui uma hierarquia, em que alguns estados são mais desenvolvidos industrialmente com base na concentração do número de indústrias presentes. Desse modo fica ordenado da seguinte forma: em primeiro lugar a Grande São Paulo, em segundo Rio de Janeiro e terceiro Belo Horizonte, sendo que a primeira e a segunda são as principais megalópoles do país.

Fontes: http://m.brasilescola.com/brasil/industrializacao-regiao-sudeste.htm

http://educacao.globo.com/geografia/assunto/urbanizacao/urbanizacao-brasileira.html

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