Vista
aérea do complexo automotivo da Ford em Camaçari
A
industrialização na Bahia iniciou-se efetivamente em 1841 com a instalação de
fábricas de tecidos grosseiros de algodão que chegaram ao número de sete
fábricas passados 32 anos. Os ingleses se tornaram peças importantes e até
fundamentais neste processo já que monopolizavam a experiência e o conhecimento
em relação às máquinas utilizadas. Na Bahia da mão-de-obra escrava foram os
estrangeiros os donos ou técnicos das indústrias nascentes, sobrando para os
brasileiros apenas o trabalho "pesado".
Foram se
estabelecendo lentamente na Bahia no século XIX, mais especialmente na Segunda
metade do século indústrias, estradas de ferro, companhias de navegação,
seguros e outros. Em setembro de 1887 foi fundada uma fábrica de chapéus com
cerca de 250 operários. Em 1865 foi fundada uma farmácia e drogaria. Em 22 de
fevereiro de 877 iniciou-se a industrialização do sal na Bahia.
Em 1879
a construção da Estrada de Ferro Bahia e Minas começou a permitir melhor
escoamento da pequena produção das indústrias nascentes no estado. Em 1899
existiam 1248 quilômetros em tráfego, 30 anos depois eram 2669 - Bahia ao São
Francisco; Central; santo Amaro; Nazaré; Bahia-Minas; Centro-Oeste e
Ilhéus-Conquista. Havia também a preocupação com a construção de estradas de
rodagem iniciadas no começo do século X. Houve também a ampliação do transporte
por via marítima que alcançava cidades do Recôncavo como Nazaré São Félix e
Itaparica, portos do litoral atlântico e Alagoas e Sergipe. Em relação ao
transporte urbano, em 1897 trafegou o primeiro bonde elétrico pelas ruas de
Salvador. Os dois planos inclinados junto com o Elevador Lacerda, inaugurado em
08 de dezembro de 1872 já ligavam a cidade baixa e a alta diminuindo o percurso
e o tempo de deslocamento. Logo outros serviços começaram a ser desenvolvidos
no estado e em 2 de maio de 1884 instalou-se o serviço de telefone em Salvador.
Segundo
Garcez (1975), a Bahia viveu um período de relativa prosperidade do fim do
século XVIII até o primeiro quartel do século XIX, graças ao estímulo trazido
pelas guerras de independência das colônias inglesas na América que deixavam
livre o mercado com a Europa. Também a revolução industrial permitia melhorias
na exportação de algodão e as guerras napoleônicas que desarticularam a
produção das colônias francesas e inglesas, aumentavam a demanda externa de
produtos brasileiros tradicionais na exportação. Em 1900 e 1901 o açúcar
europeu de beterraba já representava 68% da safra mundial.
No
entanto, a partir das lutas pela independência, o Brasil começa a sofrer
restrições do mercado internacional o que reduziu muito as exportações de
açúcar, algodão e fumo. Já no fim do século XIX, a febre da industrialização
sem planejamento, mergulhou o país inteiro em uma das maiores crises da
história que promoveu numerosas falências. A própria libertação dos escravos em
1888 provocou grande declínio na economia baiana, ainda baseada no trabalho
escravo e no tráfico.
A Bahia
viveu então um período de estagnação na indústria e no comércio, principalmente
em função da crise da sua principal riqueza, o açúcar. Esse fator ocasionou
queda dos preços e afetou a balança comercial baiana. A exportação do fumo,
ligada ao tráfico, foi afetada pelo fim oficial da escravidão no Brasil e pela
concorrência da América do Norte que reatou as ligações comerciais com a
Europa.
O cacau
e o café surgiram então como alternativas que poderiam substituir o açúcar o
algodão e o fumo na economia exportadora baiana. Diferente dos estados do
sudeste, os solos e o clima da Bahia não favoreceram a produção do café. No
entanto, o cacau encontrou no sul da Bahia solo e clima adequados para o seu
desenvolvimento e produção, demonstrando ser um eficiente substituto do açúcar.
Segundo
Garcez (1979), o cacau foi introduzido na região em meados do século XVIII,
importado do Pará. De 1890 a 1930 o cacau se fixa como importante produto de
exportação e monta-se toda uma estrutura de produção e comercialização do cacau
e seus derivados. A partir de 1926 além do Porto de Salvador, o Porto de Ilhéus
passou a exportar o cacau baiano.
A crise
da economia mundial de 1929 afetou a exportação de todos os produtos voltados
ao mercado externo, inclusive o cacau. Outros problemas, como pragas, aliados à
crise promoveram a criação do Instituto do Cacau em 8 de junho de 1931.
No
século XIX e XX alguns produtos andaram lado a lado com o cacau na exportação
como cana, mandioca, feijão, milho, fumo e diversas frutas e verduras. Merece
destaque a cultura do algodão, mamona e sisal já que é a Bahia um dos maiores
produtores regionais. A pecuária ainda é uma das mais importantes atividades
econômicas do sertão baiano e em parte do Recôncavo. A Bahia é um dos
principais estados produtores de leite do Nordeste do Brasil.
Segundo
CEPLAB (1978), na última década do século XIX, a economia baiana registrou um
surto de empreendimentos industriais que marcou o nascimento da indústria
fabril no Estado, independente da economia açucareira.
No
entanto, as décadas seguintes apresentaram, sob todos os aspectos, sintomas de
estagnação econômica. Até os anos 50 do século XX a economia estadual não
permitia a evolução em direção à industrialização.
A grande
mudança se deu a partir de 1949 com a implantação da PETROBRÁS que iniciou a
exploração dos campos de petróleo do Recôncavo e a instalação da Refinaria
Landulfo Alves (Mataripe). Posteriormente a criação da SUDENE e incentivos
fiscais promoveram fortalecimento da industrialização de toda a região
Nordeste. Tudo isso junto provocou grandes repercussões na economia baiana e
importantes melhorias como a mudança na estrutura do parque industrial, na
composição do valor de transformação industrial, na formação da renda interna
total e industrial e no próprio espaço econômico.
O CIA
(Centro Industrial de Aratu) e distritos industriais como e de Subaé, Ilhéus,
Jequié entre outros iniciaram a industrialização do Recôncavo e de parte do
interior do estado. A implantação da indústria petroquímica na Bahia,
concentrada na Região Metropolitana de Salvador, supriu as necessidade4s de
material da indústria química baiana em franco desenvolvimento. A chamada
indústria de transformação é ainda de grande importância para a economia baiana
e seu desempenho esteve em 1998 superiores ao da indústria de transformação
nacional.
Segundo
Análise & Dados, até o início dos anos 60, o comércio baiano concentrou-se
na exportação. Foram produtos como açúcar, algodão, farinha e por último o
cacau que reinaram na produção do estado, nada preocupado com o mercado
interno. Com a industrialização o comércio tornou-se mais dinâmico. No entanto,
um estado de apatia permanece instalado na economia baiana e o número de
vendas, exportações e empregos nunca voltou a ser como nos períodos de ouro da
exportação.
A partir
de 1967 o turismo na Bahia ainda pouco representativo, passou a ser explorado
de forma planejada. Foram criados órgãos especializados em turismo como a
BAHIATURSA, a CONBAHIA e a EMTUR, e projetos de valorização dos recursos
naturais e do Patrimônio Histórico passaram a ser implantados lentamente. Hoje
a indústria do turismo é uma das maiores geradoras de divisas do estado,
focalizando cidades litorâneas como Salvador, Ilhéus e Porto Seguro entre
outras.
Por fim,
nos anos 90, grandes transformações na economia brasileira promoveram
oscilações na economia do estado da Bahia que se mantém hoje dividida entre
turismo, as indústrias de transformação e automobilísticas.
Fontes:
http://alfredorosendo.blogspot.com.br/2008/11/industria-na-bahia.html
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