domingo, 13 de setembro de 2015

Industrialização Baiana

              
Vista aérea do complexo automotivo da Ford em Camaçari

A industrialização na Bahia iniciou-se efetivamente em 1841 com a instalação de fábricas de tecidos grosseiros de algodão que chegaram ao número de sete fábricas passados 32 anos. Os ingleses se tornaram peças importantes e até fundamentais neste processo já que monopolizavam a experiência e o conhecimento em relação às máquinas utilizadas. Na Bahia da mão-de-obra escrava foram os estrangeiros os donos ou técnicos das indústrias nascentes, sobrando para os brasileiros apenas o trabalho "pesado".

Foram se estabelecendo lentamente na Bahia no século XIX, mais especialmente na Segunda metade do século indústrias, estradas de ferro, companhias de navegação, seguros e outros. Em setembro de 1887 foi fundada uma fábrica de chapéus com cerca de 250 operários. Em 1865 foi fundada uma farmácia e drogaria. Em 22 de fevereiro de 877 iniciou-se a industrialização do sal na Bahia.

Em 1879 a construção da Estrada de Ferro Bahia e Minas começou a permitir melhor escoamento da pequena produção das indústrias nascentes no estado. Em 1899 existiam 1248 quilômetros em tráfego, 30 anos depois eram 2669 - Bahia ao São Francisco; Central; santo Amaro; Nazaré; Bahia-Minas; Centro-Oeste e Ilhéus-Conquista. Havia também a preocupação com a construção de estradas de rodagem iniciadas no começo do século X. Houve também a ampliação do transporte por via marítima que alcançava cidades do Recôncavo como Nazaré São Félix e Itaparica, portos do litoral atlântico e Alagoas e Sergipe. Em relação ao transporte urbano, em 1897 trafegou o primeiro bonde elétrico pelas ruas de Salvador. Os dois planos inclinados junto com o Elevador Lacerda, inaugurado em 08 de dezembro de 1872 já ligavam a cidade baixa e a alta diminuindo o percurso e o tempo de deslocamento. Logo outros serviços começaram a ser desenvolvidos no estado e em 2 de maio de 1884 instalou-se o serviço de telefone em Salvador.

Segundo Garcez (1975), a Bahia viveu um período de relativa prosperidade do fim do século XVIII até o primeiro quartel do século XIX, graças ao estímulo trazido pelas guerras de independência das colônias inglesas na América que deixavam livre o mercado com a Europa. Também a revolução industrial permitia melhorias na exportação de algodão e as guerras napoleônicas que desarticularam a produção das colônias francesas e inglesas, aumentavam a demanda externa de produtos brasileiros tradicionais na exportação. Em 1900 e 1901 o açúcar europeu de beterraba já representava 68% da safra mundial.

No entanto, a partir das lutas pela independência, o Brasil começa a sofrer restrições do mercado internacional o que reduziu muito as exportações de açúcar, algodão e fumo. Já no fim do século XIX, a febre da industrialização sem planejamento, mergulhou o país inteiro em uma das maiores crises da história que promoveu numerosas falências. A própria libertação dos escravos em 1888 provocou grande declínio na economia baiana, ainda baseada no trabalho escravo e no tráfico.

A Bahia viveu então um período de estagnação na indústria e no comércio, principalmente em função da crise da sua principal riqueza, o açúcar. Esse fator ocasionou queda dos preços e afetou a balança comercial baiana. A exportação do fumo, ligada ao tráfico, foi afetada pelo fim oficial da escravidão no Brasil e pela concorrência da América do Norte que reatou as ligações comerciais com a Europa.

O cacau e o café surgiram então como alternativas que poderiam substituir o açúcar o algodão e o fumo na economia exportadora baiana. Diferente dos estados do sudeste, os solos e o clima da Bahia não favoreceram a produção do café. No entanto, o cacau encontrou no sul da Bahia solo e clima adequados para o seu desenvolvimento e produção, demonstrando ser um eficiente substituto do açúcar.

Segundo Garcez (1979), o cacau foi introduzido na região em meados do século XVIII, importado do Pará. De 1890 a 1930 o cacau se fixa como importante produto de exportação e monta-se toda uma estrutura de produção e comercialização do cacau e seus derivados. A partir de 1926 além do Porto de Salvador, o Porto de Ilhéus passou a exportar o cacau baiano.

A crise da economia mundial de 1929 afetou a exportação de todos os produtos voltados ao mercado externo, inclusive o cacau. Outros problemas, como pragas, aliados à crise promoveram a criação do Instituto do Cacau em 8 de junho de 1931.

No século XIX e XX alguns produtos andaram lado a lado com o cacau na exportação como cana, mandioca, feijão, milho, fumo e diversas frutas e verduras. Merece destaque a cultura do algodão, mamona e sisal já que é a Bahia um dos maiores produtores regionais. A pecuária ainda é uma das mais importantes atividades econômicas do sertão baiano e em parte do Recôncavo. A Bahia é um dos principais estados produtores de leite do Nordeste do Brasil.

Segundo CEPLAB (1978), na última década do século XIX, a economia baiana registrou um surto de empreendimentos industriais que marcou o nascimento da indústria fabril no Estado, independente da economia açucareira.

No entanto, as décadas seguintes apresentaram, sob todos os aspectos, sintomas de estagnação econômica. Até os anos 50 do século XX a economia estadual não permitia a evolução em direção à industrialização.

A grande mudança se deu a partir de 1949 com a implantação da PETROBRÁS que iniciou a exploração dos campos de petróleo do Recôncavo e a instalação da Refinaria Landulfo Alves (Mataripe). Posteriormente a criação da SUDENE e incentivos fiscais promoveram fortalecimento da industrialização de toda a região Nordeste. Tudo isso junto provocou grandes repercussões na economia baiana e importantes melhorias como a mudança na estrutura do parque industrial, na composição do valor de transformação industrial, na formação da renda interna total e industrial e no próprio espaço econômico.

O CIA (Centro Industrial de Aratu) e distritos industriais como e de Subaé, Ilhéus, Jequié entre outros iniciaram a industrialização do Recôncavo e de parte do interior do estado. A implantação da indústria petroquímica na Bahia, concentrada na Região Metropolitana de Salvador, supriu as necessidade4s de material da indústria química baiana em franco desenvolvimento. A chamada indústria de transformação é ainda de grande importância para a economia baiana e seu desempenho esteve em 1998 superiores ao da indústria de transformação nacional.

Segundo Análise & Dados, até o início dos anos 60, o comércio baiano concentrou-se na exportação. Foram produtos como açúcar, algodão, farinha e por último o cacau que reinaram na produção do estado, nada preocupado com o mercado interno. Com a industrialização o comércio tornou-se mais dinâmico. No entanto, um estado de apatia permanece instalado na economia baiana e o número de vendas, exportações e empregos nunca voltou a ser como nos períodos de ouro da exportação.

A partir de 1967 o turismo na Bahia ainda pouco representativo, passou a ser explorado de forma planejada. Foram criados órgãos especializados em turismo como a BAHIATURSA, a CONBAHIA e a EMTUR, e projetos de valorização dos recursos naturais e do Patrimônio Histórico passaram a ser implantados lentamente. Hoje a indústria do turismo é uma das maiores geradoras de divisas do estado, focalizando cidades litorâneas como Salvador, Ilhéus e Porto Seguro entre outras.

Por fim, nos anos 90, grandes transformações na economia brasileira promoveram oscilações na economia do estado da Bahia que se mantém hoje dividida entre turismo, as indústrias de transformação e automobilísticas.

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Fontes:


http://alfredorosendo.blogspot.com.br/2008/11/industria-na-bahia.html

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